Assim como a UFRN, outras Universidades Públicas buscam
desenvolver iniciativas para reaproveitar ou reciclar os bens descartados por
elas. Embora sejam iniciativas pontuais, mostram a preocupação em melhor
destinar os seus resíduos e assim contribuir para o meio ambiente e a
sociedade.
O Departamento Acadêmico de Desenho Industrial (DADIN) da
Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), juntamente com a
Comissão do Mobiliário Institucional da Universidade oferece um projeto de
extensão que visa o restauro de móveis do Campus Curitiba. Coordenado
pelas professoras do departamento, Susete Mengatto e Rosilene Przydzmirski,
a oficina surgiu com o intuito de reaproveitar os móveis descartados pela
UTFPR que se encontravam em um dos blocos da instituição, formados por
escrivaninhas e armários que apresentavam problemas estruturais, de
acabamento e cupins.
A partir disso, as professoras e também coordenadoras do projeto viram
a oportunidade em montar uma oficina para evitar o descarte e ainda promover
a extensão universitária como um meio para capacitar estudantes, professores,
funcionários e a comunidade externa a trabalhar na reforma de móveis. A
oficina acontece todas as quartas e sextas, das 14h ás 17h:30min na Modelaria
do DADIN. A figura 1, mostra a professora Suzete Mengatto instruindo os
alunos da oficina de restauro.
Na área de eletrônicos é a USP que se destaca. Em 2009 inaugurou o
Centro de Descartes e Reuso de Resíduos de informática (Cedir), cujo o
principal objetivo é executar práticas de reuso, descarte e reciclagem de lixo
eletrônico, que inclui bens de informática e telecomunicações. Além disso, sua
função é garantir que esses resíduos passem por processos que impeçam o
seu descarte na natureza e garantam seu reaproveitamento na cadeia
produtiva.
O Cedir opera seguindo três etapas. A primeira se concentra na coleta e
triagem do material eletrônico. Nessa etapa o objetivo é avaliar as
possibilidades de reaproveitamento que em caso positivo, é encaminhado para
projetos sociais em forma de empréstimo para garantir que este bem retorne ao
Centro e tenha uma destinação sustentável ao final da sua vida útil. Já os que
não possuem, são encaminhados para a etapa de categorização. No qual, os
equipamentos são pesados, desmontados e separados por tipo de material,
como plásticos, metais, placas eletrônicas e cabos. Os de mesmo tipo são
descaracterizados e compactados de forma a reduzir o seu volume e
consequentemente, reduzir o custo de transporte. Por fim, os materiais
categorizados são armazenados até o recolhimento por empresas de
reciclagem devidamente credenciadas pela USP e especializados em materiais
específicos, como plástico, metais ou vidro.
Atualmente, o Cedir se encontra instalado em um galpão de 400 m² com
área para carga e descarga de resíduos, depósito para categorização, triagem
e destinação de 500 a 1000 equipamentos por mês. O projeto foi desenvolvido
em parceria com o Instituto de Tecnologia da universidade norte-americana de
Massachussetts (MIT) e além disso, segue as diretrizes mundiais de
sustentabilidade definidas pela ONU. A seguir, a figura 2 mostra a fase de
coleta e triagem dos materiais eletrônicos realizado no Cedir.
Nesse sentido, a UTFPR e a USP se destacam e se tornando bons
exemplos a serem seguidos, mostrando para as outras Universidades e
Instituições que com boas ideias e uma gestão eficiente dos resíduos e bens
descartados é possível beneficiar a todos. Além disso, o planeta agradece.
Maria Larissa Alves Pessoa
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